Comunidade Quilombola

Alecrim e Macaco Seco – Itaeté – Ba  

A história da comunidade é marcada por uma divisão de interesses

Dados da comunidade

A Comunidade é reconhecida pela Fundação Palmares e possui cerca de 50 famílias. Também é acompanhada pela Associação dos Pequenos Produtores de Alecrim, presidida por  Aurino de Souza Sobrinho.

Celular/WhatsApp do presidente: (75) 99109 – 2040

Endereço de E-mail: [email protected]

A comunidade do Alecrim, está situada às margens do rio Paraguaçu, a 25 km da cidade de Itaeté. A história da comunidade é marcada por uma divisão de interesses, onde uma parte da população defendia que a comunidade pertencia ao território de Nova Redenção, que se localiza a 10 km, e a outra ao território de Itaeté. Nesse contexto havia duas frentes de liderança, Dona Bia e Francisco, também conhecido por Roxo. Na comunidade houve uma onda de protestantismo, onde em certo momento quase todos os quilombolas começaram a fazer parte da igreja assembleia, hoje esse número se divide e a grande maioria é católica. Por esse motivo, muito se perdeu dos festejos locais, como festa de padroeiro, reisado.

Eu sou Ivonete Ribeiro Souza Santana, nasci no dia 04 de junho de 1965 de um parto normal feito por uma parteira na época. Sou filha de Celina Francisca Costa Souza e Salvador Ribeiro de Souza, meu pai não tem parentesco com índigena mas a família da minha mãe tinha. A atividade que eu desenvolvi e ainda faço é o artesanato, me orgulho de ser daqui pelo fato da educação tradicional que tive, passado pelos ancestrais dos meus pais e esses saberes tradicionais fazem parte de tudo que sei hoje. Eu sou umas das pessoas que podem falar da história da comunidade, tenho na minha memória as vivências com os povos mais antigos daqui, estou um pouco adoentada não posso cantar, mas a história da comunidade é esta, sou também liderança, estou na luta para levantar o associativismo e buscar benefícios para  amenizar nosso sofrimento do dia dia e também acessar nossos direitos unindo as pessoas da comunidade numa ideia só.

História da mestra Griô Ivonete Ribeiro Souza Santana

Um mito contado pelos mais velhos, era do mito do Nego d’água. Segundo os mais velhos para amedrontar quando a gente era criança, ensinando os cuidados com o rio e também para tirar as crianças de dentro d’água. Eles contavam que lá vivia um negro baixinho, sendo um guardião d’água. Ele protegia aquelas pessoas que iam no rio cedo com uma cabaça pra encher com a água, se o negro d’água pedisse um fumo e as pessoas não dessem, ele quebrava as cabaças, rasgavam as redes, viravam os barcos.

Francisco de almeida nasceu na comunidade onde reside até os dias atuais, sendo um dos mais velhos da comunidade, foi uma das mais importantes lideranças buscando melhorias e auxílio para os moradores, como cestas básicas, peixes, sementes para plantio, e hoje é conselheiro da comunidade,além de ser grande contador de história. A sua esposa foi uma importante benzedeira para nós.

História do mestre Griô Francisco de Almeida

A economia é baseada na agricultura familiar, com e sem-irrigação de hortaliças, milho, doce que são comercializados por alguns agricultores na feira de Itaetê, Andaraí e Nova Redenção. Também estão envolvidos com a criação de bode, galinha e porco, dentre os produtores. Há ainda a produção artesanal de crochê, fuxico e muitas dessas artesãs fazem parte da casa de artesanato de Itaeté. Além disso as antigas moradoras, em sua maioria mulheres, contam que faziam peças de barro e trançados em palha, mas que algumas não residem mais na comunidade e as que ainda lá estão não produzem mais tais artesanatos.

Eu sou Adriano, nascido na comunidade quilombola de Alecrim, município de Itaitê. Nasci em 9  de Novembro de 1986, pegado pela parteira dona Celina, sou filho de Elíssio Almeida e Adenice Senna de Oliveira. O meu pai era de ancestralidade indígena com negro, e minha mae mais indígena. Estudei numa escola agrícola que passei da minha infância aos 14 anos, localizada no povoado de Colônia do Incra, onde fiz o curso de técnico agrícola. Hoje oferece assistência técnica aos moradores da comunidade, seja na elaboração de projetos para financiamento rural, ou ainda na prática agrícola de irrigação e técnicas de manejo agrícola e pecuário. Faço parte da associação de pequenos agricultores da comunidade de Alecrim, onde mora sua família, pais e irmãos. Atualmente sou uma jovem liderança na luta pelo reconhecimento quilombola da comunidade. O que me orgulha em ser da comunidade, é ser da roça, me orgulho de ser agricultor e ter estudado um pouco mais podendo voltar pra comunidade e fortalecer meu povo. O agricultor alimenta o mundo e também são inventores e construtores.

História do mestre Griô Adriano Oliveira Almeida

MANIFESTAÇÃO TRADICIONAL

Casa de farinha

A comunidade possui uma casa de farinha que está inativa devido questões de equipamentos, que há muito quando ainda funcionava valia a troca chamada de ‘quinto’, onde um quinto da produção ficava com o dono da casa. Já o Macaco Seco que era antigamente caminho dos tropeiros surgiu com pessoas e familiares que antes residiam na comunidade de Alecrim. E as duas se interligam através do vínculo afetivo e parental entre os moradores. Um símbolo das comunidades é o Rio Paraguaçu.

Festa a São Judas Tadeu

O santo São Judas Tadeu se tornou o padroeiro e santo protetor desde que os primeiros moradores residiam no local, a festa do padroeiro acontece todos os anos e a comunidade se reúne para agradecer pelas bênçãos e rezar para o santo além dos festejos em sinal de devoção. No caso a devoção é tão grande a ponto do nome do santo dar nome também ao assentamento que surgiu depois próximo a comunidade, no qual residem familiares e parentes dos moradores da comunidade. Para darmos continuidade aos festejos precisamos de violão, tambor, triângulo, entre outros.

Participação política da comunidade

Conselho de Cultura

Conselho Quilombola estadual

Conselho Municipal de meio ambiente

CEAQ-Ba/ Conselho Estadual  de Associações Quilombolas da Bahia

Conselho Quilombola da Chapada Diamantina

Conselho Quilombola Regional

Conselho municipal de Cultura

CONAQ/ Conselho Nacional  dos quilombos

Coordenação/ Participação de Atividades comunitárias

Necessidades prioritárias

Saneamento básico nas casas

Apoio a festas tradicionais

Reforma/implantação do posto de saúde

Reforma de casas de farinha

Projeto de apicultura

Reforma na estrada

Incentivo a agricultura familiar

Bolsa de incentivo para mestres Griô quilombola

Acesso à internet e inclusão digital

Apoio a grupo culturais

Projeto de irrigação e equipamentos para roça

Projeto de piscicultura

Projeto de turismo comunitário

Projeto político pedagógico na escola

Implantação do PENAE/ programa nacional de alimentação Escolar

Adriano Oliveira – Liderança Bolsista

Taniele dos Santos – Jovem Bolsista

Ariete Passos – Educadora Bolsista